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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hospitais deverm mais de 20 milhões aos Bombeiros


As dívidas dos hospitais às associações de bombeiros ultrapassam os 20 milhões de euros e estão a sufocar muitas das 476 corporações nacionais, segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses, que hoje, terça-feira, vai ao Ministério da Saúde pedir "ordem" nas contas.

"A liga está consciente das dificuldades do Governo, mas disponível para discutir o problema. Não somos é parceiros de quem nos paga tarde e mal", argumenta, em declarações ao JN o vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Rui Silva suspeita mesmo que a dívida dos hospitais será bastante mais elevada do que o valor estimado, uma vez que está por concluir um levantamento mais rigoroso, que decorre junto das várias federações distritais.

Rui Silva sublinha, no entanto, que as dívidas dos hospitais são apenas uma parte do problema. Somado o dinheiro em falta das administrações regionais de saúde e do INEM, os bombeiros serão credores "de mais de 50 a 60 milhões de euros", frisa.

"Vamos iniciar um processo de levantamento ao cêntimo sobre todas estas dívidas. Este é um assunto que nos está a causar grande preocupação, já que asfixia as corporações e as deixa com as receitas muito diminuídas", explica.

O responsável revela que a situação no distrito de Setúbal, onde já há dados mais consistentes, o deixa "francamente preocupado".

Só as corporações da região são credoras de mais de 189 mil euros de dívidas pendentes desde 2009, de hospitais e de outros organismos de saúde, a que se somam mais 706 mil euros do primeiro semestre de 2010.

A liga teme que o retrato do distrito de Setúbal acabe por ser o espelho do que se passa nos outros distritos. Este foi, aliás, um dos temas que esteve em cima da mesa na reunião do Conselho Nacional da organização, que decorreu sábado em S. João da Madeira.

Na reunião desta tarde, a liga vai exigir ao secretário de Estado da Saúde que obrigue os hospitais a cumprir o acordo que assinaram com o Ministério em Agosto do ano passado, no que se refere aos pagamentos das unidades de saúde aos bombeiros.

Rui Silva garante que há hospitais que ignoram o acordo ou o interpretam de maneira diferente. "Uma cabeça partida pode ser diferente no Norte ou no Sul do país. Há hospitais que devolvem as facturas do transporte de doentes em ambulância, alegando que não se tratou de uma urgência", salienta.

O vice-presidente lamenta ainda que o transporte de doentes - que na sua óptica deveria ser encarado como um serviço público - seja tão mal remunerado e que o preço pago por quilómetro tenha sido actualizado em apenas um cêntimo. "Só temos prejuízo", diz.

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