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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Bombeiros querem mais verbas dos jogos para quem está no terreno

A Liga de Bombeiros Portugueses exige que as verbas usadas para financiar as acções de protecção civil - como o combate aos incêndios florestais - sejam canalizadas para as corporações de bombeiros e não fiquem apenas para a estrutura central, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Em carta aberta ao ministro da Administração Interna, a Liga diz que uma parte significativa do dinheiro que vem dos jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa não chega a quem anda no terreno. "Não é necessário gastar mais dinheiro mas sim reequacionar a sua distribuição. A ANPC tem uma estrutura despropositada à sua missão, sendo que 87% das acções de socorro são realizadas pelos corpos de bombeiros", afirmou ao DN Duarte Caldeira.

O presidente da Liga considera também que é possível "libertar recursos para dar suporte financeiro à espinha dorsal do serviço de protecção civil: os bombeiros". A Liga critica ainda o investimento na estrutura de socorro da GNR - grupo de intervenção e protecção e socorro, que faz vigilância e primeira intervenção no fogo -, e cuja missão "se sobrepõe à dos bombeiros".

Duarte Caldeira lembra que o regime de financiamento dos bombeiros foi alterado em 2007 mas apenas de modo provisório e que se destinava a ser revisto.

Até então, as corporações eram financiadas através do reembolso da Segurança Social dos seus assalariados e do combustível gasto nas deslocações. Em 2007, calculou-se um valor, tendo em conta a média recebida nos dois anos anteriores, explicou a Liga. E é este valor que tem sido pago até agora. Além de outros pagamentos extraordinárias com os fogos, como com equipamento de protecção individual, viaturas, combustíveis ou equipas especiais de combate.

Os bombeiros, por seu turno, propõem que as corporações sejam financiadas consoante o risco do território onde actuam. "Essa tipificação não foi definida nem foram estudados modelos a aplicar."

Outra reivindicação que os bombeiros deixam na carta a Rui Pereira prende-se com o comando das operações. Para a Liga, não se justifica a existência de comandantes distritais pertencentes à Autoridade Nacional, que coordenem no terreno os outros agentes de protecção civil, como bombeiros, entidades florestais ou policiais. Por isso, defendem a extinção destes comandantes e a criação de um Serviço Operacional dos Bombeiros, com autonomia técnica..

"Queremos bombeiros a comandar bombeiros, numa hierarquia própria recrutada da base para o topo", defende Duarte Caldeira, sublinhando que cada um dos agentes de protecção civil tem comandantes próprios - GNR ou autoridade florestal - menos os bombeiros, que são chefiados por operacionais da ANPC quando há intervenções de maior dimensão.

Contactado pelo DN, o MAI recusou-se a responder às críticas.
Fonte. DN

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