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sábado, 23 de outubro de 2010

Dispositivo de combate a incêndios vai manter-se no próximo ano, diz Rui Pereira


O ministro da Administração Interna disse hoje que o atual dispositivo de combate a incêndios florestais vai manter-se no próximo ano, podendo vir a sofrer ajustes ao nível da colocação de meios e nos períodos de maior necessidade.

“O dispositivo que este ano existiu vai ser mantido, vamos optimizá-lo na medida do possível. Optimizá-lo significa ver quais são os períodos de maior necessidade e onde deve ser colocado”, disse aos jornalista Rui Pereira.

O ministro participou hoje, na Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, Oeiras, numa reunião onde foi feita uma avaliação do dispositivo especial de combate a incêndios florestais, que contou também com a presença do secretário de Estado da Proteção Civil, Vasco Franco, e representantes das entidades com assento no Centro de Coordenação Operacional Nacional.

Rui Pereira garantiu, também, que o dispositivo “em termos gerais é adequado”, apesar de nenhum país ser “autossuficiente”.

Quando “há necessidades excecionais”, Portugal pode usufruir dos meios disponíveis no âmbito da cooperação internacional, designadamente ao nível da União Europeia, adiantou, referindo que no verão deste ano atuaram em Portugal seis meios aéreos espanhóis.

Durante a fase mais critica de combate a incêndios, entre 01 de julho e 30 de setembro, estiveram operacionais perto de 10 mil elementos, 2177 veículos e 56 meios aéreos, além dos 236 postos de vigia da responsabilidade da GNR.

O último relatório da Autoridade Florestal Nacional (AFN) refere que os incêndios florestais consumiram até 15 de outubro quase 129 mil hectares, mais 54,5 por cento do que em igual período do ano passado.

Os 128 842 hectares registados este ano estão longe dos 425 657 e 337 766 verificados em 2003 e 2005, respetivamente, apesar da área ardida ser a maior dos últimos quatro anos.

Rui Pereira justificou estes números com “os níveis de humidade muito baixos e as condições climatéricas muito adversas” registadas no verão, além da “muito matéria combustível resultante de um nível de incêndios muito baixo nos três anos anteriores”.

O ministro elogiou a resposta do dispositivo, que foi “muito pronta e competente”.

Segundo o governante, em dias consecutivos registou-se mais de 400 fogos por dia, em alguns casos chegaram a ultrapassar os 500, e “a capacidade de resposta foi muito grande”, tendo a esmagadora maioria dos incêndios sido dominada durante o dia.

“Queremos aprender com o que se passou para melhorar sempre, afirmou, acrescentando que vai ainda ser feita “uma análise mais fina ao nível distrital e concelhio”.

Rui Pereira referiu, igualmente, que na reunião de hoje foi abordada a importância da prevenção, que poderá ser feita com o posicionamento de elementos das forças de segurança e do dispositivo no terreno.

O ministro disse ainda que foram detidos mais de 40 presumíveis incendiários este ano.

No final da reunião, foi atribuída a medalha de mérito de proteção e socorro a 18 bombeiros que, no ano passado, cumpriram mais horas de serviço operacional no respetivo distrito.

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