Até 15 de Agosto houve 509 reacendimentos de fogos, um aumento que se registou pelo quarto ano consecutivo (foram 425 em 2009 e 62 em 2007). As comparações europeias também não ficam bem na fotografia: segundo os dados do EFFIS, já arderam 96 mil hectares na UE desde o início do ano, o que significa que os 71 mil portugueses representam cerca de 73% do total. Metade dos mais de 300 fogos diários registados na primeira quinzena de Agosto foram causados por negligência.
Calor, humidade reduzida e um Inverno e uma Primavera chuvosos, que aumentaram as acendalhas na floresta, podiam ser sinónimos de um ano como 2003. Ainda assim, a área ardida até ao momento é menos de um quinto da que ardeu até ao mesmo período no ano negro, disse ontem o ministro da Administração Interna.
Mas não é só a área ardida que conta e, segundo especialistas contactados pelo i, há lacunas à vista. "Comparando com os últimos três anos, os combustíveis estão muito mais secos. O número elevado de ocorrências, em zonas de acesso difícil, pode não permitir o rescaldo em todo o perímetro", explica ao i Domingos Xavier Viegas, especialista da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, para quem as melhorias no combate salvam o balanço num ano de "circunstâncias más." Já Joaquim Sande Silva, especialista da Liga para a Protecção da Natureza, diz que "os reacendimentos reflectem a formação e a dispersão dos meios." O rescaldo "continua a fazer-se com água, quando deveria limitar-se a área queimada com ferramentas manuais. Os bombeiros voluntários não têm essas apetências, e GIPS [Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR], sapadores ou canarinhos são a minoria da população de combate".
Na cauda Para Francisco Moreira, investigador do Instituto Superior de Agronomia, perceber como Portugal soma mais de 70% da área na ardida na UE é "a pergunta do milhão de dólares". Parte da resposta é o facto de o número de ignições (14 661 até dia 15) ser "muitíssimo superior aos países do Sul europeu". Fogos para renovar pasto em época crítica, foguetes das festas e "campistas que continuam a foguear em situações inadmissíveis" são algumas explicações. Sande Silva vê outras falhas. "Noutros países até se deixa arder no Verão porque se sabe o que pode arder. Estamos longe desse tipo de gestão. Se se viu algum avanço desde os anos críticos de 2003/2005 foi no combate. Na prevenção das ignições e na gestão da florestal, está tudo praticamente na mesma." Basta comparar com Espanha: no ano passado 10 703 incêndios queimaram cerca de 93 mil hectares. Em Portugal foram 26 339 e arderam 86 016.
Calor, humidade reduzida e um Inverno e uma Primavera chuvosos, que aumentaram as acendalhas na floresta, podiam ser sinónimos de um ano como 2003. Ainda assim, a área ardida até ao momento é menos de um quinto da que ardeu até ao mesmo período no ano negro, disse ontem o ministro da Administração Interna.
Mas não é só a área ardida que conta e, segundo especialistas contactados pelo i, há lacunas à vista. "Comparando com os últimos três anos, os combustíveis estão muito mais secos. O número elevado de ocorrências, em zonas de acesso difícil, pode não permitir o rescaldo em todo o perímetro", explica ao i Domingos Xavier Viegas, especialista da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, para quem as melhorias no combate salvam o balanço num ano de "circunstâncias más." Já Joaquim Sande Silva, especialista da Liga para a Protecção da Natureza, diz que "os reacendimentos reflectem a formação e a dispersão dos meios." O rescaldo "continua a fazer-se com água, quando deveria limitar-se a área queimada com ferramentas manuais. Os bombeiros voluntários não têm essas apetências, e GIPS [Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR], sapadores ou canarinhos são a minoria da população de combate".
Na cauda Para Francisco Moreira, investigador do Instituto Superior de Agronomia, perceber como Portugal soma mais de 70% da área na ardida na UE é "a pergunta do milhão de dólares". Parte da resposta é o facto de o número de ignições (14 661 até dia 15) ser "muitíssimo superior aos países do Sul europeu". Fogos para renovar pasto em época crítica, foguetes das festas e "campistas que continuam a foguear em situações inadmissíveis" são algumas explicações. Sande Silva vê outras falhas. "Noutros países até se deixa arder no Verão porque se sabe o que pode arder. Estamos longe desse tipo de gestão. Se se viu algum avanço desde os anos críticos de 2003/2005 foi no combate. Na prevenção das ignições e na gestão da florestal, está tudo praticamente na mesma." Basta comparar com Espanha: no ano passado 10 703 incêndios queimaram cerca de 93 mil hectares. Em Portugal foram 26 339 e arderam 86 016.
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