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O tempo no Sátão

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Socorro pré-hospitalar: Bombeiros garantiram 80 por cento na última década


B V Penedono
Nos últimos 10 anos, entre 2001 e 2011, as associações e corpos de bombeiros portugueses foram responsáveis por 80 por cento das intervenções de socorro pré-hospitalar accionadas através do 112/centros de orientação de doentes urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Para o presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Soares, ”os números atestam a importância que os bombeiros detém e que tem vindo a aumentar no seio da sociedade portuguesa pese embora a crise a que também tem tido que responder”.


Mais de 4,7 milhões de intervenções (2001/2011) foram asseguradas pelos bombeiros contra os 1,2 milhões que couberam directamente às estruturas do INEM.
Para responderem a um tão grande número de pedidos de socorro pré-hospitalar os bombeiros socorreram-se sempre de meios humanos próprios.
Para o comandante Jaime Soares, “essa capacidade e qualidade de resposta atesta o nível crescente de competência que os bombeiros adquiriram ao longo de anos no domínio do pré-hospitalar, apesar das falhas ocorridas no domínio da oferta de formação”.
“São também exemplo da competência e preparação técnica dos bombeiros os inúmeros partos que têm feito com êxito total nas suas ambulâncias nos últimos anos”, sublinha o presidente da LBP.
INEM
Das 4,7 milhões de intervenções dos bombeiros, 3,6 milhões foram realizadas com as 228 ambulâncias INEM distribuídas pelas associações e corpos de bombeiros, reforçadas também com as ambulâncias próprias dos bombeiros, no âmbito dos chamados Postos de Emergência (PEM) protocolados entre o Instituto e as entidades detentoras de bombeiros. No universo dos bombeiros com PEM os pedidos de intervenção duplicaram na última década.
Os restantes 1,1 milhões de intervenções realizadas por bombeiros inserem-se no protocolo existente entre o INEM e 205 associações e corpos de bombeiros como Postos de Reserva (Reserva). Neste caso, todas as ambulâncias utilizadas são propriedade das associações e corpos de bombeiros e, na última década (2001/2011) o número de pedidos triplicaram.

José Manuel Moura no Comando Nacional da Proteção Civil

José Manuel Moura é a escolha do governo para o Comando Nacional da Proteção Civil.


Atual responsável pela Proteção Civil do distrito de Leiria, Moura vai substituir no cargo o actual Comandente Nacional, Vítor Vaz Pinto.
Novo CONAC
A substituição estava prevista há muito e ganhou força com as alegadas falhas de coordenação do grande incêndio do Algarve, no verão passado. O ministro da Administração Interna aproveitou assim a entrada do novo presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, general José Manuel Couto, para proceder a mudanças no Comando Nacional.
José Manuel Moura tem 49 anos e desde 2004 que desempenha funções de coordenação na estrutura da Proteção Civil.
Formado em gestão, o futuro Comandante Nacional tem vários cursos na área da protecção e socorro e é perito da União Europeia em matéria de protecção Civil.
José Manuel Moura já representou Portugal em vários exercicios europeus e liderou a missão da protecção civil nacional enviada ao Chile na sequência do sismo de 2010.
FONTE: Antena 1

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mais Área ardida e mais euros gastos no ano de 2012

Cerca de 74 milhões de euros foram gastos este ano no combate aos incêndios florestais pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), mais 10,3 por cento do que 2011, revelam dados daquele organismo.

Dados divulgados à agência Lusa pela ANPC indicam que, entre 15 de Maio e 30 de Outubro, a Proteção Civil gastou 74.257.786 euros no combate aos incêndios florestais, mais 10,3 por cento do que em 2011.

Segundo a ANPC, este valor diz respeito aos encargos com o aluguer de meios aéreos e subsídios aos corpos de bombeiros.

A Proteção Civil adianta ainda que os encargos com os incêndios florestais são ainda suportados pela GNR, Forças Armadas, Polícia Judiciária, Empresa de Meios Aéreos, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (INCF), câmaras municipais e juntas de freguesias, além de particulares, como empresas e cidadãos.

O valor de 74.257.786 euros não contempla os gastos destas entidades.

Dados provisórios do ICNF indicam que este ano a área ardida aumentou 55 por cento e as ocorrências de fogo diminuíram cinco por cento em relação a 2011.

Os dados referem que, entre 01 de janeiro e 15 de outubro, se registaram 20.969 ocorrências de fogo, menos 1.234 do que no mesmo período do ano passado, quando deflagraram 22.203.

Já a área ardida aumentou 55 por cento, tendo os 20.969 incêndios consumido 105.016 hectares de floresta, enquanto em 2011 arderam 67.594 hectares.
O maior fogo de 2012 teve início a 18 de julho, no distrito de Faro, e afetou 21.437 hectares de espaços florestais, cerca de 20 por cento da área florestal ardida este ano, apurou a Lusa.

Outros fogos com mais área florestal ardida ocorreram no início do mês de Setembro, e deflagraram nos concelhos de Ourém (4.130 hectares), Seia (2.480) e Viseu (2.000).

Portugal Continental esteve, em grande parte do período de Janeiro a Abril, em situação de seca, o que contribuiu, em parte, para os elevados valores do número de ocorrências e área ardida, registados nesses meses.
No entanto, foi no mês de Setembro que se registou o maior número de ocorrências e de área ardida.

Segundo dados da PJ e GNR, 88 pessoas foram detidas este ano pelo crime de incêndio florestais, representando um aumento de mais de dois terços em relação a 2011.

Fonte: Tvi24

82,2% das Chamadas Para o 112 São Falsas

Perigo Risos, histórias de acidentes e silêncio são o conteúdo de algumas das chamadas falsas recebidas pela central 112 da PSP. A maioria dos casos são detectados mas, na dúvida, são enviados meios que podem fazer falta noutro local para um socorro em que a vida de alguém está em jogo.
“.............” Silêncio, risos ou até histórias um tanto ou quanto convincentes são o conteúdo de algumas chamadas falsas para a linha de emergência 112. No intervalo das aulas, Ana, 11 anos, lembrou-se de pegar no telemóvel e digitar 112. Não falou. Após meia dúzia de segundos desligou no meio de risinhos com as colegas. Porquê? Porque lhe apeteceu.
Esta é uma situação mais comum do que se possa pensar. No distrito de Leiria, até Outubro, 82,2% das chamadas para o 112 foram falsas. Já no ano 2011, a linha tinha registado uma percentagem de 80%.
Se, felizmente, a mobilização de meios nem sempre traz consequências graves, o risco de ´matar´ alguém é elevado. Isto porque os meios são limitados e se estiverem todos accionados em simultâneo, o próximo socorro pode ficar comprometido.
Maciel Rocha, subcomissário da PSP de Leiria, esclarece que o principal problema prende-se exactamente com a “ocupação da linha”. “Na maioria dos casos consegue-se perceber que se tratam de chamadas falsas”, acrescenta o agente.
A PSP procura sensibilizar a população e as crianças através das suas acções da Escola Segura e nas actividades que assinalam o dia europeu do 112. “É importante perceber que ao ocupar a linha com uma brincadeira, poderemos estar a impedir o acesso a um verdadeiro socorro”, sublinha.
Desengane-se quem pensa que as brincadeiras são apenas da autoria de adolescentes. João Lázaro considera que as chamadas falsas por parte de adultos acontecem quando existe uma “perturbação moderada”. Ou seja, tratam-se de pessoas que “não são capazes de diferenciar o princípio do prazer do princípio da realidade”.
Para o psicólogo, a “pouca adesão à realidade destes indivíduos, impede-os de avaliar correctamente as consequências das suas acções”. Por isso, “face à necessidade de satisfazer uma pulsão - a excitação de se sentirem poderosos porquanto algures alguém obedece às suas ´ordens´ - não hesitam em passar ao acto e exercerem esse seu fantasiado poder”.
João Lázaro acrescenta que estas perturbações fazem os seus portadores sentirem “uma grande gratificação por verem meios e sujeitos, que hipoteticamente invejam pelo seu desempenho e/ou saber, a serem ´comandados´ por si”.

21 mil chamadas falsas para o INEM

Diariamente, dezenas de ambulâncias de socorro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), dos Bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa são enviadas para situações de emergência médica que… não existem. Segundo dados do INEM, os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) receberam, em 2011, mais de 21 mil chamadas falsas, o que obrigou à saída “desnecessária” de 7.634 ambulâncias.
“As chamadas falsas são um gesto irreflectido e que poderá causar graves prejuízos na assistência a quem realmente necessita. É que, para cada situação de emergência médica, os CODU do INEM procuram accionar os meios que estejam mais perto do local da ocorrência”, alerta o INEM.
Jacinta Gonçalves, psicóloga do INEM, refere que a maioria das chamadas falsas ficam retidas na PSP, mas quando as histórias são credíveis, o alegado pedido de socorro é transferido para o CODU. “Por vezes, dizem que se trata de um acidente grave, com vários feridos e pessoas encarceradas. São enviadas para o local ambulâncias, a viatura de emergência médica e o carro de desencarceramento dos bombeiros para nada”, afirma.
Em Leiria, por exemplo, “existem apenas dois veículos de emergência médica, se estiverem ocupados com falsos socorros não poderão ser enviados de imediato para uma ocorrência verdadeira, onde alguém pode correr risco de vida”, alerta ainda.
Poucas são as chamadas que lhe chegam, mas a psicóloga recorda uma ameaça de suicídio. “A voz era de uma adolescente que dizia que se ia matar. Fiz-lhe várias perguntas, mas ela não respondia correctamente ou fazia-o de forma baralhada. Ouvia uns risos de fundo e o telefone parecia estar em alta voz. Nunca deu elementos precisos.” Apesar de ter percebido que se trataria de uma brincadeira, “há sempre uma dúvida que fica”, por isso, “se tivesse a morada tinha pedido à PSP para passar no local e confirmar”.

Elisabete Cruz - elisabete.cruz@jornaldeleiria.pt
Fonte: jornaldeleiria.pt